I: Ai, estava a ver que não vinhamos para aqui, estava tão farta de os aturar! Olha adorei a festa de hoje, estive com gente que já não via há imenso tempo e.. Havias de ver eu e a Mariana, para..
T: Inês..
I: Sim, já sei, estou a falar de mais!
T: Não é isso..
I: Então, já queres falar de sexo é?
T: Inês!
I: Estava a brincar!
E dei-lhe uma beijoca.
T: Inês vou para Nova Iorque.
Cara de espantada.
I: Tu vais onde?!
E ele baixou os olhos.
T: Nova Iorque.
I: E não me convidas?! Que raio de amigo és tu.. Sabes bem que esse é..
T: ..viver.
I: ..o meu sonho.
De repente apercebi-me do que ele disse.
T: O cancro voltou. Ela não tem muito tempo, mas talvez lá os médicos nos consigam ajudar. Embarcamos amanhã.
I: Há quanto tempo sabias disso?
T: Que iamos? 2 meses.
I: E não me contaste T.? Porque é que não me contaste? Devias ter contado. Merda.
Levantei-me (quando me enervo não consigo parar quieta.)
T: Andava a tentar arranjar coragem, mas não consegui.
I: Ele pelo menos avisou-me. Deixou-me assimilar a situação e depois é que foi.
T: Desculpa.
I: Tu prometeste T., tu prometeste que nunca me ias deixar como eles, tu prometeste T.
T: Eu sei, Bee.
Ele começa a chorar e agarra-me a mão.
Depois de algum tempo para pensar nas coisas:
I: Okay, vai. É pela tua mãe. Mas volta.
Ele limpa as lágrimas.
T: Eu volto, prometo. Amo-te sabias?
I: Não prometas, assim talvez ainda voltes. Não costumo dizer isto, mas eu também.
T: Admiro a tua frieza nestes momentos, não sei como não choras, até me fazes sentir mal.
Disse, sorrindo e limpando mais um jorro de lágrimas.
I: O meu coração tem uma carapaça como as tartarugas. Sou insensível.
(...)