Ela chega vestida numa mágoa escondida sem me olhar nos olhos. Não sei bem o que sente, não o diz. Ah tu tão tu, eu tão eu, nós sem nós.
Sei sem saber, com um ou outro olhar, num instinto de quem já viu antes o que acontece aqui, que para mim não é possivel suportar a barreira invisivel que muraste sobre nós. E dói. Dói doendo a dor sem sangrar, sentir que não é mais possivel respirar, assim, com essa ferida sem cicatriz, com esse nó na garganta, pernas bambas para não chorar.
Mas estás tão longe nessa voz austera que enviou a nossa cumplicidade num voo sem retorno..
E o meu coração clama palavras que eu pensei já não saber dizer. Diz que te ama. Mesmo que não lembres mais porquê, és metade de mim. E serás sempre a melhor metade.
Tu és a minha irmã de coração, a minha mãe, a minha filha.