Sim, talvez acabe assim sozinha neste mundo onde o ser humano padece, talvez esta solidão me acompanhe até à morte.. Talvez nunca tenha 101 namorados ou não arranje um tal que afugente a solidão e me faça acreditar no "para sempre", talvez, talvez.
Talvez não dissessem isso se me tivessem conhecido antes, se tivesses conhecido um "eu" mais corajoso, mais capaz de amar, alguém que adorava conhecer imensa gente e para quem era tão fácil fazer e conservar amizades, é provável que eu nunca ouvisse essas palavras da vossa boca que perfuram o meu coração mais um bocadinho.. Oh, Marquesa sinto tanto a tua falta agora, tu nunca dirias tal, não agora..
Com a perda da S., com as idas e vindas do M., e agora sem o T. o meu coração foi-se partindo aos bocadinhos e as pessoas, aquelas muitas amizades de que eu tanto me orgulhava, foram-se embora porque a partir do momento em que deixamos de ter tempo para elas elas partem pisando o resto dos cacos que estão no chão. E eu, fui reconstruindo aos poucos este músculo mal tratado, colando os cacos com uma cola que endurece e faz de tudo o que toca pedra. Mas mesmo com esse coração não deixei de o amar e ele alegrou tanto o meu mundo, ele fez-me recuperar tanto deste sono depressivo! Se nos tivessem visto juntos teriam percebido tanta coisa! E agora que o alarme de incêndio tocou e é preciso evacuá-lo da minha vida antes que as queimaduras sejam mortíferas, pois já chega serem intratáveis, mas não consigo, penso que era por ele já estar no meu velho coração.. A cola colou-o ás cavidades e ás entranhas.
E podem ver-me olhar para tantos rapazes, dizer como é belo o seu físico mas não o digo de qualquer um. Acho que o meu instinto procura os inatingíveis, aqueles que sei que nunca chegarei perto porque na verdade, não sou capaz de amar nenhum e talvez seja isso que me tortura dia-a-dia e me acompanhará no final.