Sabem o que eu adoro? Aqueles rapazes que só vemos uma vez na vida, aqueles que nos fazem sorrir e que nem sequer chegam a ter alguma importância.
Para mim os melhores são aqueles que vejo no metro. Trocamos olhares, sorrisos e a seguir nunca mais nos vemos. Assim nunca chegamos a perceber que esse rapaz é igual aos outros.
Hoje aconteceu-me uma coisa engraçada: estava no metro com a Bárbara e enquanto remexia na carteira o metro entrou em andamento e eu, com as mãos ocupadas, não estando agarrada a nada ia-me desequilibrando. Ainda bem que me seguraram. Primeiro, pensei que fosse algum homem nojento mas quando olhei para trás o ex-homem nojento tinha o cabelo rente à cabeça, olhos verdes, um pouquinho mais de altura que eu e sorria-me agarrando a minha cintura. Disse obrigada umas quantas vezes e de todas obtive um sorriso enorme.
O sorriso dos outros já não me comove, é sempre o mesmo, ora mais falso ou mais verdadeiro, agora os estranhos sorriem de uma maneira que nos deixa a matutar o que estará por trás daquele sorriso.
Acho que o melhor dos estranhos é não os conhecermos, assim podemos pensar que há pessoas perfeitas.